quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

MAIS UM ANO, E QUE SEJA MARAVILHOSO!!!

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"Janeiro já ta quase aí
Sereno, confiante e cheio de si
Te bastam a noite, o dia, e o seu ir e vir
Saúde e simpatia no que há por vir"
(Forfun)

sábado, 26 de dezembro de 2009

CANSEI DE SER SAX...

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Agora quero ser um violoncelo!
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

QUAL É O TEMPO QUE TEMOS?

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Já que não temos mais 15 anos...
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"Quando me sinto assim
Volto a ter quinze anos
Começando tudo de novo
Vou me apanhar sorrindo"
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domingo, 13 de dezembro de 2009

UM POUCO DE DELÍRIO (OU MUITO)

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Delírio: “(responsabilidade) é mais que isso. As coisas que a gente faz criam Ecos. Tipo, se você parar na esquina e admirar um relâmpago em zigue-zague...zap! Por um tempão as coisas vão parar nessa mesma esquina e olhar pro céu sem saber o que estão procurando. Alguns vão enxergar um relâmpago-fantasma. Outros podem até ser mortos por ele. Nossa existência deforma o universo. Isso é responsabilidade.”
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Quais foram os ecos que deixamos? Quais ainda iremos deixar?

ou

"Não se afobe, não, que nada é pra já
O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário, na posta-restante
Milênios, milênios no ar..."
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

NADA EXISTE SEM CLASSIFICAR

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NÃO?!
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"Penso, tento
Achar palavras pro meu sentimento
Tanto é pouco, nada diz
Não é triste, nem feliz(...)
Não é medo, nem é riso
Não é raso, não é pouco, nem é oco
Não é fato, nem é mito
Não é raro, não é tolo, não é louco
Não é isso, não é rouco
Não é fraco, não é dito, não é morto
Não, não, não, não!"
(M.C.A.)
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Em qual prateleira de sua vida eu me encontro?
Em qual gaveta de minha vida está você?
Minhas gavetas são muito desorganizadas...
Definitivamente, para mim, "ordem" não é a palavra.
Guardo aquilo que importa, só. Em qulquer gaveta que caiba...
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sábado, 5 de dezembro de 2009

LEMBRANÇAS DO QUE NÃO PODIA SER

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Não podia ser "por uma questão mínima ou a pior delas".
Queria ter sido, não fui.
"Amores são rotas que empenam", segundo um amigo... Será?
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PS: Uma noite no café, o de Van Gogh... Nada mais boêmio.
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A despedida é a promessa do reencontro...
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

TUDO BEM, OUTRO DIA...

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"quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento"
(Paulo Leminski)
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Aceitar, achar graça, viver no ritmo...há!
Aprendi!!

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PS: Deu tempo de muitas coisas. No fim, foi providencial.
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

HELLO STRANGER!!

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"Eu sei quem você é..."
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Um dia o reencontro acontece. De alguma forma...
Quanto mais procuramos, menos encontramos.
Quando nem ligamos mais, eis a pessoa bem na nossa frente!
Aconteceu?
Foi isso?
Irrelevante?
Só?
Hum...
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A CAIXA VERMELHA

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Comecei uma coleção de curingas...
Há tempos...
Só não sabia.
Fui guardando, assim, sem nehuma pretensão, e eis que me deparo com muitas cartas especiais, únicas, cativantes.
Todas guardadas dentro de uma caixa de veludo vermelho. Ela fazendo parte de mim e eu sendo parte dela...
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

COMO EU GOSTO DE VOCÊ...

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"E o meu sonho
Nem consigo me lembrar
Mas o certo
É que você estava lá..."
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sábado, 21 de novembro de 2009

NÃO VOU ME ADAPTAR!!

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Yo llevo en el cuerpo un motor
Que nunca deja de rolar
Yo llevo en el alma un camino
Destinado a nunca llegar...

(Manu Chao)
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

SEMPRE VOLTO DE ONDE PAREI

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"Isso não é nada. Apenas reflexões que anoto ao caso. Uma espécie de diário. Sim, eu escrevo, conto coisas. Mas o que posso contar? Uma viagem de navio? A viagem da vida. Mas isso não se conta...se faz...e é só. É banal, não? Já disseram isso? Melhor assim. Tudo já foi dito...e feito."
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bom retorno!

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É o que lhe deseja Sif...
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sina


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" E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário...por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência.
E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo."
(Caio F. Abreu)
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sábado, 14 de novembro de 2009

Capo di tutti i capi

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"Leave the gun. Take the cannoli."
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(E eu queria ser mafiosa...há!)
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Eu sou a tristeza da Judy Garland...

... e a vontade de Dorothy de voltar pra casa.
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"Tenho a impressão que não estamos mais no Kansas."
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"(...)E no meio da praça, uma moça. Bancos de mármore, árvores sujas, canteiros vazios, nenhum lago, uma estátua devastada e, muito recuada, uma moça. Sem movimentos, uma moça. Sem salvação, uma moça. Sem compreender, uma moça. Uma moça e uma tarde. Quase noite."
(Caio Fernando Abreu)
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ELA DISSE ADEUS

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"Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar..."
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domingo, 1 de novembro de 2009

Caminhando pela estrada de tijolos amarelos

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"Espantalho:- Eu não tenho um cérebro... só tenho palha.

Dorothy: -Como você pode falar se você não tem um cérebro?

Espantalho
: -Eu não sei... Mas algumas pessoas sem cérebro falam de monte... não é?

Dorothy: -É, eu acho que você está certo.."
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" Mágico: E você, meu amigo galvanizado, você quer um coração. Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem..."
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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

APAGADO

sábado, 17 de outubro de 2009

A justiça tarda mas não falha...


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Meninos, nós garotas cansávamos de avisá-los mas vcs não nos escutavam... De perto TODAS somos normais!!!!
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Europa quer proibir photoshop
MACWORLD Sex, 02 Out - 00h16

Preocupados com a possibilidade de meninas e mulheres se sentirem excessivamente pressionadas a corresponder às imagens presentes nas revistas de beleza, submetidas a procedimentos digitais e lipoaspiração, legisladores britânicos e franceses tentam obrigar publicitários a serem mais realistas.

Segundo as propostas desses legisladores, anúncios contendo fotos alteradas de modelos seriam obrigados a trazer mensagens revelando o emprego de efeitos digitais.

"Quando adolescentes e mulheres olham para tais fotos nas revistas, elas acabam se sentindo infelizes consigo mesmas", disse Jo Swinson, parlamentar britânica do Partido Liberal Democrata. Os liberais democratas - terceiro maior partido da Grã-Bretanha, depois de trabalhistas e conservadores - adotaram este mês a proposta de Jo, que prevê um sistema de rótulos, como parte de sua plataforma oficial.

O partido quer banir completamente as fotos alteradas em anúncios destinados a crianças com menos de 16 anos.

Na semana passada, a legisladora francesa Valerie Boyer, do partido do presidente Nicolas Sarkozy, apresentou uma medida parecida na Assembleia Nacional, a câmara inferior do parlamento. Ela argumentou que as imagens alteradas estavam prejudicando a capacidade das jovens mulheres de controlar seus próprios destinos. "Essas fotos podem levar as pessoas a acreditarem em realidades que, com frequência, não existem", disse ela.

Na França, onde os cartazes e anúncios nas farmácias beiram a obscenidade, é cada vez maior a preocupação com os distúrbios alimentares, e muitas jovens mulheres se mostram obcecadas pela magreza. Valerie foi a grande defensora de uma lei que previa a proibição de páginas na internet que pareciam encorajar a anorexia e a bulimia. Mas tal proposta perdeu força depois de ser aprovada pela Assembleia Nacional no ano passado.

Na sua tentativa de livrar a mídia de imagens enganadoras, Valerie quer ir ainda mais longe do que os liberais democratas britânicos.

A lei proposta por ela exigiria rótulos de alerta acompanhando as fotos retocadas, tanto as publicadas em conteúdo editorial quanto as que fazem parte de anúncios. Os infratores poderiam enfrentar multas de 37,5 mil, ou quase US$ 55 mil, o equivalente a até 50% do custo de uma peça publicitária.

Apesar de considerada em muitas redações como eticamente ambígua, a manipulação digital de fotos foi verificada em alguns casos de destaque na mídia francesa. Em 2007, por exemplo, a revista Paris Match, dotada de boas relações políticas, publicou uma foto de Sarkozy passeando de canoa durante as férias em New Hampshire na qual a cintura avantajada do presidente foi digitalmente retirada da imagem. Uma revista concorrente revelou o embuste, publicando cópias da foto antes e depois da manipulação.

Nem todos os retoques são tão flagrantes. Mas pequenas melhorias - um pouco de correção de cores ou alisamento de texturas, por exemplo - são amplamente empregadas mesmo nas fotos das agências de notícias, disse Derek Hudson, fotógrafo residente em Paris, apesar de ele ter acrescentado que "criaria caso" se um editor aplicasse o procedimento a uma foto de sua autoria.

Nas revistas de beleza, é claro, os retoques são a regra. "Nunca vi, e duvido que alguém um dia veja, uma foto de moda ou beleza que não tenha sido retocada", disse Hudson.

Com a ilusão à espreita em tantos lugares, o fotógrafo afirmou não acreditar que coibir as alterações possa produzir o efeito desejado. "Infelizmente, vivemos em um mundo retocado", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O tamanho das pessoas

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Recebi por e-mail este artigo. Resolvi postá-lo aqui pois o tema era sempre discutido com a pessoa que me enviou a mensagem eletrônica. Uma criatura maravilhosa que aguentou meu "blá blá blá" por quase 2 anos. Tenho saudades das conversas terapêuticas...
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"EU SOU MÉDIA"

O que acontece quando você percebe que não será uma celebridade no mundo?

ELIANE BRUM
(Repórter especial de ÉPOCA, integra a equipe da revista desde 2000. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de Jornalismo. É autora de A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo))
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Uma noite dessas fui jantar com uma grande amiga. Temos aquele tipo de amizade que resiste aos desencontros da vida, à falta de tempo, às diferenças todas. Lá pela metade da garrafa de vinho, ela me disse: “Sabe, eu aceitei que sou média. E isso para mim foi uma enorme libertação”. Não lembro do que falávamos. Era isso o que ela queria me dizer, era isso o que importava. Eu abri a boca para dizer que ela não era média coisa nenhuma. Mas fechei antes de cometer essa bobagem. Tentar convencê-la de que não era “média”, ali, naquele momento, seria violar o presente que ela estava me dando. Chegar a essa conclusão havia lhe custado um naco da existência. Admiti-la para mais alguém além de si mesma era de uma enorme coragem. E era grande a confiança com que ela me honrava ao me escolher para essa confissão.

Mais tarde, mais um tanto da garrafa de vinho, seu rosto se iluminou todo, os olhos brilharam, e ela disse: “Quem olha para mim, só vê o comum em mim. Mas, Eliane, dentro de mim há um mundo rico”.

Essa conversa foi um dos momentos belos da minha vida. Já o guardei na minha caixinha invisível de memórias impalpáveis. Desde então, essa noite não me sai da cabeça. Tenho uma outra amiga que se bate cotidianamente com a ideia de que é “média”. E entende isso como um fracasso. Ela, que quis tanto quase tudo, beira os 40 sem ter conseguido. Nada que eu diga a ela a convence de que há outros modos de medir a existência. Então ela sofre. E nada do que faz está à altura de suas grandes esperanças sobre si mesma. Nunca estará. Deixou que sua vida fosse medida pelo que está sempre além, sempre fora.

Não acho que ela é a única. E acho uma pena que tanta gente sangre com isso. Pensei então em entrevistar minha amiga, a que está em paz com sua “medianidade”. Ela que, só ao se aceitar como “média”, foi capaz de descobrir a grandeza que mora dentro dela e não vai para a capa das revistas de celebridades.

Minha amiga topou. Pediu para não ser identificada porque costuma se chocar com o despudor com que as pessoas – eu incluída – se expõem na internet. Compartilha sua experiência, mas sem sair do seu cantinho. Aí está a nossa conversa para a coluna.

Eu: Você me disse que a virada da sua vida aconteceu no momento em que você aceitou que é média. Como foi isso?
Ela: Aos 35 anos, minha vida andava atrapalhada. Achei que precisava dar uma ordem naquilo tudo. Comecei a fazer terapia e a vasculhar tudo o que me chateava, avaliar o que tinha e o que ainda precisava ou queria atingir. Acho que todos, num momento da vida, fazem um balanço, e foi isso que fiz. Depois deste, já passei por outros processos semelhantes de avaliação, buscando priorizar o que vale mesmo a pena. Nesse processo, eu tentava me conhecer melhor, revirando meus sentimentos e questionando muitos dos meus conceitos e das verdades que me cercavam. Lutava muito contra mim mesma por querer corresponder a uma demanda de destaque. Não sei bem de onde vinha aquilo tudo, pois nunca fui cobrada claramente. Acho que eu me exigia esse desempenho e não aceitava o lugar-comum. Naquele período de minha vida, envolvida por essa busca de destaque, negava toda qualidade, competência ou conquista. No dia em que consegui me conciliar com minha condição de pessoa mediana, acho que me tornei uma pessoa melhor. Tirei um peso de minha vida. Não precisava mais ser celebridade, nem provar talento algum.

Eu: Mas o que é “ser média”? Média segundo o parâmetro de quem, média em quê? Você não acha que “ser média” é um embuste de uma sociedade construída sobre os valores do consumo?
Ela: Sou mediana porque levo uma vida comum, sem notabilidade, obras reconhecidas ou talentos premiados. Sou reconhecida apenas pela família e pelos amigos.

Eu: Você acha que há uma pressão para que as pessoas pensem que precisam ser excepcionais para que suas vidas valham a pena, segundo um critério determinado histórica e culturalmente como o que é excepcional?
Ela: Acho que sim. Queria que me explicassem porque as pessoas, quando não conseguem se destacar – porque nem todos serão célebres –, são tomadas pelos sentimentos de frustração e de desvalia. Quem disse que devemos nos conformar e nos adequar aos padrões estabelecidos de atuação, de beleza e de comportamento?

Eu: Por que aceitar “ser média” foi uma espécie de libertação? Você me pareceu tão bem consigo mesma, tão em paz, quando me contou isso...
Ela: Eu vivi em conflito durante muito tempo, até ter uma noção exata da minha dimensão. Para aceitar essa condição mediana, foi preciso que percebesse minhas qualidades e habilidades, assim como minhas limitações. Foi preciso me conhecer melhor para poder tirar proveito dessas habilidades e limitações. Acho que funcionou assim: não sou uma celebridade, mas também não sou uma porcaria.

Eu: Aceitar “ser média” libertou você também para descobrir outras partes não mensuráveis de si mesma? Eu achei muito lindo quando você falou que há um mundo largo dentro de você...
Ela: É difícil definir, mas penso que todas as pessoas, mesmo as comuns, têm um mundo interior muito rico e muito pouco reconhecido. Aceitando essa condição de ser médio, nos libertamos de um esforço e gasto de energia que passam a ser canalizados para outras descobertas. E estas são descobertas que podem gerar muito prazer, mesmo não sendo fruto de atos grandiosos.

Ela não disse isso. Mas eu, que a conheço há tanto tempo, testemunhei essa transformação, sem saber que era construída por essa descoberta. E por essa aceitação. Minha amiga percebeu que é uma mãe maravilhosa e se tornou uma chefe que é amada pelos subordinados, ao conseguir revelar o que cada um deles tem de melhor e único. Devagar, foram se extinguindo nela os traços de amargura e talvez por isso ela tenha uma pele quase sem rugas depois dos 50 anos, sem nunca ter usado cremes nem feito qualquer cirurgia plástica. E num domingo ensolarado descobriu que gostava de cozinhar e se transformou na senhora das especiarias. Como os acontecimentos causam mudanças em cadeia, a profunda descoberta da minha amiga colocou em mim alguns quilos aparentes.


Todos nós temos grandes expectativas sobre nossa passagem pelo mundo. E não me parece que devemos deixar de tê-las. A sabedoria consiste em compreender que é preciso medir a grandeza com nossa própria fita métrica. Se nos tornamos reféns de algo que hoje é determinante na nossa época, por exemplo, que é o reconhecimento da importância de alguém pela quantidade de aparições na mídia, estamos perdidos. Render-se a uma determinação ditada pelo mercado é tão destrutivo como passar a vida tentando agradar a um pai opressor e para sempre insatisfeito, como vejo tanta gente. Em ambos os casos, estaremos sempre aquém, sempre em falta. E, mesmo quem vive sob os holofotes, vive em pânico porque não sabe por quanto tempo conseguirá manter as luzes sobre si.

Mas de que luzes precisamos para viver? E a quem queremos agradar? Quem e o que importam de verdade? Essa reconciliação é o que nos leva de fato à vida adulta, no que ela tem de melhor. Acredito que crescemos quando conseguimos nos apropriar da medida com que avaliamos nossa existência, nosso estar no mundo. Ninguém tem de ser isso ou aquilo, ninguém “tem de” nada. Quem disse que tem? É preciso duvidar sempre das determinações externas a nós – tanto quanto das internas. Por que mesmo eu quero isso? é sempre uma boa pergunta.

Minha amiga só se transformou em uma chefe capaz de ajudar a transformar para melhor a vida de quem trabalhava com ela quando se reconciliou com suas próprias expectativas, quando descobriu em si uma grandeza que era de outra ordem. Só se tornou uma mãe capaz de libertar os filhos para viver seus próprios tropeços e acertos (e não os dela) quando se apaziguou consigo mesma. E, surpresa das surpresas, descobriu que era talentosa numa área, a cozinha, onde até então não via nenhum valor. Ao descobrir-se cozinheira, não pensou em empreender uma nova maratona, desta vez na tentativa de virar uma chef e fazer um programa de TV. Já estava sábia o suficiente para exultar de alegria ao acabar (humpft) com a boa forma de suas amigas mais queridas.

Como minha amiga e como todo mundo, eu também acalentei grandes esperanças sobre minha própria existência. Depois do fracasso da minha carreira de astronauta, desejei ser escritora. Acho que ser escritora é o que quis desde que peguei o primeiro livro na mão e consegui decifrá-lo. É claro que eu não queria apenas escrever um livro de entretenimento, um pulp fiction ou coisa parecida. Naquele tempo, pré-Tarantino, pulp fiction não era grande coisa. Eu escreveria, obviamente, a maior obra-prima da humanidade. Meu primeiro livro já nasceria um clássico. Eu reinventaria a linguagem e ditaria novos parâmetros para a literatura. Depois de mim, Proust e Joyce estariam reduzidos ao rodapé do cânone.

Não é divertido? Acreditem, eu rio muito. E até me enterneço. No meu quarto amarelo, lá em Ijuí, eu fiz o seguinte plano. Emily Brontë escreveu O Morro dos Ventos Uivantes aos 19 anos. Logo, eu deveria escrever minha masterpiece aos 17, no máximo 18. Pois não é que os 18 anos passaram e eu estava mais ocupada com fraldas e com beijos na boca? Bem, eu já não seria tão precoce assim, mas me conformei. Afinal, minha obra seria tão acachapante, tão revolucionária, que mesmo aos 20 e poucos eu seria considerada um prodígio. E os 20 passaram, assim como os 30, e lá vou eu aumentando cada vez mais os “e tantos” dos 40.

Juro para vocês: até não muito tempo atrás eu sempre tinha na manga algum escritor que tinha começado um pouco depois da idade que eu tinha no momento – e arrasado. Eu gastava meu tempo procurando essas referências. Então li em algum lugar que o argentino Ernesto Sabato escrevera seu primeiro romance, O Túnel, aos 76 anos. Essa informação me garantiu a paz por muitos anos. Pensava: se eu estiver viva até lá, já vou ter rido muito disso tudo.

Pois não é que a informação estava totalmente errada? Sabato publicou seu primeiro romance aos 37 anos. Por sorte, quando eu finalmente fui checar a informação, eu já ria muito disso tudo. E nem pensei em correr atrás de alguém que tivesse publicado seu primeiro romance aos 100 anos. Ufa. (E não é que – acabo de descobrir – Emily Brontë publicou O Morro dos Ventos Uivantes aos 29 anos – e não aos 19, como eu passei a vida inteira acreditando e suspirando? Não que faça alguma diferença... Whatever.).


Não desisti de um dia escrever um romance, não. Acho mesmo que ele está mais perto, agora que eu me absolvi de escrever a grande obra da literatura mundial. Mas foi só depois de me apropriar da medida da minha vida que me descobri estonteantemente feliz como repórter, como contadora de histórias reais. Quando finalmente escrever um romance de ficção, ele só será possível porque vivi mais de duas décadas embriagada de histórias absurdamente reais e gente de carne, osso e nervos. E só será possível porque deverá estar à altura apenas de mim mesma. Só precisarei ser fiel à minha própria voz.

Porque é esta, afinal, a grande aventura da vida. Desvelar a nossa singularidade, o extraordinário de cada um de nós – descobrir a voz que é só nossa. Mesmo que essa descoberta não se torne jamais uma capa de revista. O importante é que seja um segredo nosso, um bem precioso e sem valor monetário, que guardamos entre uma dobra e outra da alma para viver com furiosa verdade esse milagre que é a vida humana.

Redescubro agora, escrevendo para vocês, de pijama e descabelada, esparramada no sofá azul da minha sala, na manhã de domingo, entre uma cuia de chimarrão e outro: adoro escrever essa coluna! Adoro! E o mais bacana nessa relação que a gente estabelece aqui é que essa conversa continua. Esse texto continuará sendo escrito não mais por mim, mas por vocês, nos comentários que virão. Essa é a mágica da internet. O texto começa e nunca termina, numa multiplicidade de vozes que o vão transformando em novas possibilidades, segundo quem acrescenta seu verbo e seu ponto. E assim uma conversa que começou noites antes, entre duas mulheres em torno de uma garrafa de vinho e uma amizade profunda, se amplia e ganha outros significados, segundo a experiência compartilhada de cada um. E não poucas vezes sou eu que me encanto, aprendo e agradeço.

Isso é grande, médio ou pequeno? Como disse minha amiga “média”, dentro de mim mora uma vida larga.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quem souber me responda...

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"quando as lanças das estrelas cortaram os céus
ao vê-las quem as fez riu talvez?
Quem fez o cordeiro te fez?"
(William Blake)
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Na verdade, nada é para sempre... É necessário um esforço constante, quase diário para reconstruir, reinventar... Quando nos cansamos as coisas morrem. Por que nos cansamos? Eis a pergunta!
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("Ancient of days" http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/blake/ancient.jpg / http://www.artchive.com/artchive/B/blake/ancient.jpg.html)
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Panis Et Circenses

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"Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso..."
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(Lá lá lá...)
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créditos da imagem:
http://www.jornalacidade.com.br/charges/2009/10/03/campanha-olimpica.html
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domingo, 4 de outubro de 2009

A inexplicável força da vida

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Pensamentos positivos e amorosos neste momento tão importante.
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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Passado presente

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O meu mundo não é como o dos outros...quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

(Florbela Espanca)
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Sei bem sobre o que ela fala, acho que sou/fui ela... Ao menos por um momento nossos sentimentos foram iguais. Uma desordem no espaço-tempo, um encontro, sobreposição, dobras no espaço...

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Antes do desaparecimento, quando ainda havia esperança.

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Coração Selvagem
Belchior
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Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo tenho pressa de viver
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo
Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completara o meu destino.
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo
Vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem
Que outros cantores chamam baby (4 x)
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ninguém é cego de alma...

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“Há um olhar que sabe discernir o certo do errado e o errado do certo.

Há um olhar que enxerga quando a obediência significa desrespeito e a desobediência representa respeito.

Há um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos.

Há um olhar que desnuda que não hesita em afirmar que existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade.

Este olhar é o da alma.”
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- Contracapa de Bonder, Nilton. A Alma Imoral: Traição e tradição através dos tempos/Nilton Bonder – Rio de Janeiro: Rocco: 1998
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Até poderia comentar, mas não vou. O recado está dado. Maiores esclarecimentos só pessoalmente, tomando um café.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Daqui pro futuro falta só um piscar...

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Estrela Do Mar
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(Composição: Marino Pinto / Paulo Soledade)
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Um Pequenino Grão De Areia
Que Era Um Pobre Sonhador
Olhando o Céu Viu Uma Estrela
E Imaginou Coisas De Amor

Passaram Anos, Muitos Anos
Ela no Céu e Ele no Mar
Dizem Que Nunca o Pobrezinho
Pode Com Ela Encontrar

Se Houve Ou Se Não Houve
Alguma Coisa Entre Eles Dois
Ninguém Soube Até Hoje Explicar
O Que Há De Verdade
É Que Depois, Muito Depois
Apareceu a Estrela Do Mar
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Uma resposta, uma possibilidade:

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Alice

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O filme estreia dia 5 de março de 2010 e até lá muita água terá rolado por debaixo da ponte. Quero saber quem irá me acompanhar buraco abaixo na perseguição ao coelho branco. Quem se atreverá? Quem explorará comigo o País das Maravilhas? De qualquer maneira, se eu for sozinha, terei o Chapeleiro Maluco me esperando. Eu que sempre gostei de gente estranha...
Bjmeliga!!! Ou não : )

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domingo, 13 de setembro de 2009

Eu mereço? Oh, yeah!

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Tenho que dizer: estou odiando esta história de usar aparelho. Gente! Imaginem só, eu que adoro comer, adoro conversar, dar risada, tudo ao mesmo tempo!! Demoro mil anos pra conseguir mastigar a comida, não posso conversar antes de dar uma passadinha no banheiro (metade da comida fica no aparelho, aff!!) e a boca está toda cortada por dentro. Quanto mais eu falo mais a boca corta. Eu mereço?!?!?!
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sábado, 12 de setembro de 2009

Eu adoro o Ziraldo!

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Estou com muito sono para formular algo decente aqui ou em qualquer lugar. Acabei de chegar da Carol, imaginem né? Rimos, rimos, rimos...
Bom bambalalão, gosto do Ziraldo e gosto de café. Adorei o pôster... Um café preto e amargo iria bem agora. Talvez até um chocolatinho. Ah, esqueci de falar que passei em frente ao café e estava todo apagado. Não achei conveniente buzinar. Na volta vi um casal de gatinhos... Devaneios e sono. Ao fim do jornal nacional: boa noite!
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pandora

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Minha caixa guarda recordações. Algumas boas, outras nem tanto. Dentro dela existe você e também a esperança. É por isso que não quero destruí-la, sei que um dia se encontrarão lá dentro.
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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A princesa Peônia

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Há muitos e muitos anos, em Gamo-Gun, na província de Omi, havia um castelo chamado Azuchi. Era um lugar antigo e magnífico, cercado por uma alta parede de pedras e um fosso cheio de lótus. O senhor feudal era um homem muito rico, porém mau humorado, chamado Yuki Naizen no Jô. Sua esposa tinha estado doente por alguns anos e teve uma única filha, que todos chamavam carinhosamente de Aya Hime (princesa Aya).
Na época, o Japão vivia um longo período de paz e tranquilidade, e os senhores feudais haviam abandonado a idéia de guerrear constantemente para conquistar novos territórios. Como os feudatários mantinham relacionamento amigável, Naizen no Jô percebeu, então, que a época era oportuna para encontrar um bom marido para sua filha.
Depois de vários contatos, ele optou pelo segundo filho do senhor do castelo de Ako, da província de Harima, para ser o marido de sua filha. Os dois feudatários ficaram muito satisfeitos com a possibilidade de que seus filhos viessem a se casar, pois a aliança matrimonial fortalecia sobremaneira o poder bélico de ambos.
Nessa época, no Japão, as famílias ricas marcavam os casamentos de seus filhos sem que estes tivessem prévio conhecimento um do outro. Já que era obrigada a aceitar a determinação de seu pai, a princesa Aya fez grande esforço mental para amar seu futuro marido, falando e pensando nele positivamente, mesmo sem nunca tê-lo visto.
Certa ocasião, junto com sua dama de companhia, Aya Hime caminhava pelo enorme jardim do castelo e foi até o canteiro das peônias. Daquele local, ela adorava apreciar o reflexo da lua, projetada nas águas do lago, e fazia isso principalmente em noites de lua cheia, que lhe trazia belas inspirações para compor poesias.
Naquela noite, quando Aya Hime estava passeando distraidamente na beira do lago, tropeçou em uma raiz exposta e desequilibrou-se em direção à água. De repente, foi amparada por um jovem que surgiu como num passe de mágica, evitando milagrosamente que ela afundasse lago adentro.
Em seguida, assim que a colocou no chão, o rapaz desapareceu tão rapidamente como apareceu. A dama de companhia viu, quando ela tropeçou, um clarão de luz em torno da princesa refletido na água, mas não chegou a ver claramente nenhum rapaz protegendo-a da queda. Já Aya Hime tinha visto perfeitamente o rosto de seu salvador.
– Um belo moço de semblante nobre, que parecia um príncipe. Vestia roupas com peônias bordadas a fios de ouro. Gostaria que estivesse aqui para agradecer por me salvar a vida, evitando minha queda na água...
– Mas princesa, como ele teria chegado ao jardim, se todo o castelo está cercado pelo fosso e existem muitos guardas no portão? Acho melhor não comentar nada a ninguém, pois seu pai pode ficar zangado, se souber que um estranho esteve no jardim.
A partir daquela noite, Aya não conseguiu esquecer o misterioso rapaz. Várias vezes esteve no jardim, mas nunca mais o viu.
Tempos depois, ela ficou muito doente e com dificuldades para comer e dormir. Cada dia foi ficando mais pálida e tornou-se impossível realizar seu casamento com o príncipe de Ako na data marcada.
Vários médicos vieram de Quioto para examinar Aya Hime, porém ninguém conseguiu diagnosticar de que doença se tratava. Como último recurso, o senhor feudal Naizen no Jô, interrogou com veemência Sadayo, a dama de companhia de sua filha, pois sabia que ela era a confidente da princesa.
– Os médicos chegaram a pensar que ela estava fingindo estar doente, só para não se casar com o prometido príncipe de Ako. Se você sabe de algum amor secreto dela, me diga, pois, se continuar assim, ela vai acabar morrendo. Você não quer que ela morra, quer? – perguntou o feudatário.
– Senhor, prometi à sua filha que jamais revelaria seu segredo. Porém, diante do risco de vida que ela está correndo por causa de sua enfermidade, sou forçada a revelá-lo, se é que isso contribuirá para sua salvação.
Assim, Sadayo contou detalhadamente o que aconteceu na noite de lua cheia no canteiro das peônias...
– Senhor, acho que a doença da princesa Aya é uma doença de amor. Ela está profundamente apaixonada pelo jovem que viu por alguns instantes e depois desapareceu misteriosamente. Tenho medo de que, se não conseguirmos encontrar o tal jovem, ela definhe dia a dia até morrer – disse Sadayo, a dama de companhia da princesa.
– Mas o nosso castelo é muito vigiado, é humanamente impossível que alguém consiga entrar e sair sem ser visto pelos guardas dos portões... – murmurou o pai de Aya, Naizen no Jô.
– Está sugerindo alguma coisa senhor?! Bem sabes que raposas e texugos têm o poder de se transformar em seres humanos e nos enganar. Será possível que algum desses bichos tenha entrado no castelo por alguma pequena abertura no muro?!
Nessa noite, para tentar reanimar a princesa, foi trazido da capital o famoso músico Yashakita Kengyo, mestre num instrumento de cinco cordas chamado biwa. A noite estava quente, e o concerto musical foi ao ar livre. Os acordes espalharam-se pelo ar, tomando conta do belo jardim do castelo. De repente, no canteiro das peônias, um jovem de ar nobre apareceu para ouvir a música. Desta vez todos o viram, e ele trajava a mesma roupa com bordados de peônias em fios de ouro.
– É ele! – gritaram todos os que assistiam o concerto. Diante da reação das pessoas, o jovem desapareceu instantaneamente.
A princesa ficou visivelmente excitada. Levantou-se e foi procurar pelo moço no jardim, mas nada encontrou. O pai dela, senhor do castelo, ficou muito confuso com a situação. No dia seguinte, mandou fazer uma busca minuciosa no jardim, revirando pedras, removendo canteiros de arbustos e procurando em cima das árvores, porém, não encontrou ninguém escondido, nem mesmo raposa ou texugo.
Nessa mesma noite, quando dois músicos da castelo, Yaesan e Yakumo tocavam seus instrumentos, respectivamente a shakuhachi (flauta) e o koto (instrumento de cordas), o jovem novamente apareceu e desapareceu ao ser notado. O mistério aumentou, pois a vigilância tinha sido triplicada, e tudo no castelo foi vasculhado palmo a palmo.
Yuki Naizen no Jô resolveu chamar, então, o renomado Maki Hyogo, um veterano oficial do exército que atuava como conselheiro na corte do Shogun, para capturar o jovem misterioso. O astuto Maki, que adorava desafios, aceitou prontamente a missão. Vestiu-se de preto, como um ninja, para fazer-se invisível e escondeu-se no canteiro das peônias.
Todos tinham percebido que a música exercia certo fascínio sobre o jovem misterioso. Conseqüentemente, os músicos Yaesan e Yakumo fizeram um concerto naquela noite. O público presente prestou mais atenção no canteiro das peônias do que na música. A certa altura, um belo jovem surgiu no jardim, com magnífica veste ornada de peônias bordadas.
Maki Hyogo levou um susto, pois o jovem surgiu do nada exatamente a um passo de onde ele estava escondido. Em seguida, agarrou o jovem por trás, na altura da cintura. Manteve-o apertado por alguns segundos, quando sentiu uma baforada de vapor na cara e caiu no chão agarrado firmemente ao jovem.
Os guardas e o pessoal do castelo que assistiram à cena correram para o canteiro e deparam-se com Maki Hyogo no chão:
– Vejam, consegui agarrá-lo – disse Maki, mas, vendo o que estava abraçando, descobriu que se tratava apenas de uma enorme peônia. Como Hiogo também era astrólogo, logo descobriu do que se tratava.
– Raposas e texugos não conseguiriam passar pelos portões e os guardas do castelo, porém, o jovem sim, pois ele é o espírito da peônia e nasceu aqui mesmo.
Os videntes que estavam no local concordaram plenamente com Maki Hiogo. O espírito da peônia manifestava-se sob aparição de um belo jovem, porém não era na verdade um ser material.
Esclarecido o caso, a princesa Aya levou a grande flor de peônia para seu quarto e colocou-a num vaso com água. Dia a dia, ela foi melhorando de saúde, até recuperar-se completamente. Inexplicavelmente, a grande peônia do vaso também ficava cada vez mais radiante, não dando nenhuma mostra de murchar, apesar de o tempo ir passando.
Como a princesa estava agora com ótima aparência, seu pai não via nenhum motivo para continuar adiando o casamento dela. Então, dias depois, o senhor de Ako e sua família chegaram com uma luxuosa comitiva, para realizar o casamento de seu segundo filho.
A princesa Aya despediu-se da grande peônia e foi para a cerimônia de casamento. Após o ofício, seguiu com seu marido para o castelo de Ako. As camareiras que acompanharam a princesa viram a incomparável beleza da flor quando foram para a cerimônia. E, após o evento, quando passaram pelo quarto da princesa novamente, viram a peônia murchar e despetalar-se. A alma da flor, não suportando a dor de ver sua amada princesa casando-se com outro, despedaçou-se de tristeza.
O povo local, quando contava o caso da princesa Aya ou Aya Hime, passou a referir-se a ela como Botan Hime, ou princesa Peônia.
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Retirado de: contosencantar.blogspot.com

Peônias

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Nome científico: Paeonia sp.
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Família: Paeoniaceae.
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Nome popular: peônia.
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Etimologia: seu nome deriva do grego Peone – deus da medicina.

Origem: Ásia, Sul da Europa e Oeste da América do Norte.

Características gerais: o porte varia de 0,5 a 1,5 m de altura. Apresenta folhas compostas, com folíolos inteiros ou lobadas, caducas em algumas espécies. As flores são grandes, delicadamente perfumadas, podendo ser simples, semidobradas e dobradas, de cores muito variadas, surgindo na primavera-verão.

Condições de cultivo: devem ser cultivadas a pleno sol, em solos férteis e ricos em matéria orgânica, recebendo regas regulares. Não se adapta a climas quentes, devendo ser cultivada à meia-sombra.

Propagação: sementes, enxertia e divisão dos rizomas.

Usos: utilizada como flor-de-corte, isolada ou em grupos, maciços e renques.

Curiosidades: o gênero Paeonia comprende cerca de 80 espécies, entre plantas herbáceas e lenhosas. Ocorrem também diversas variedades resultantes de hibridizações e seleções, principalmente na China, onde é uma importante planta ornamental, sendo considerada símbolo nacional.


Apresentando propriedades medicinais, de forma geral, as peônias são usadas contra febre, dor, sangramentos, feridas, hemorragias e hemorróidas. Tem como propriedades ser vasoconstritora e anti-espasmódica. As partes utilizadas são folhas e raízes. A espécie Paeonia lactiflora é utilizada no tratamento de convulsões e Paeonia officinallis como vasoconstritora e tônica da circulação.


As peônias de pétalas vermelhas foram chamadas na Europa de flor que “levantou-se sem espinhos” e foi usada como uma maneira de consultar a Virgem Maria. Na época dos gregos antigos, era associada a curas populares e, no mundo ocidental, mantêm espíritos maus ausentes.


Na China foi considerada como símbolo de riqueza, de boa fortuna e de prosperidade. Na cultura japonesa, simboliza sorte e atitude masculina.

Significados: suas flores podem significar ‘sinceridade’ e ‘timidez’.

Engenheira Agrônoma, MSc. Márcia de Nazaré Oliveira Ribeiro

Engenheira Agrônoma, DSc. Patrícia Duarte de Oliveira Paiva
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(Martin Schongauer (ca. 1430 - 1491), Estudo de peônias, c. 1472, aquarela, 25,4 x 33,4 cm, coleção particular)
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texto retirado do site: www.floresnaweb.com
imagens retiradas da internet

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Amo traidores

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Andando por aí, pelas bandas da web, deparei-me com esta afirmação:
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"Sexo é sexo.
Sexo não é traição, mandar flores sim!"

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Já havia pensado nisso, mas não assim, tão explícito. Sentir algo pelo outro é trair. Pensar, conversar, planejar (mesmo aceitando que os planos são improváveis de acontecerem) é trair. Traição com o outro e traição conosco, principalmente. Aprisionamos nossas vontades, não as eliminamos. O corpo vira prisão e continuamos nossa vidinha cada vez mais infeliz.
Eu não traio, mas amo traidores.
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sábado, 29 de agosto de 2009

Que voy a hacer, je ne sais pas.

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Me Gustas Tu
(Mano Chao)
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Te lo dije muy clarito
Doce de la noche en la Habana, Cuba
Once de la noche en San Salvador, El Salvador
Once de la noche en Managua, Nicaragua

Me gustan los aviones, me gustas tu.
Me gusta viajar, me gustas tu.
Me gusta la mañana, me gustas tu.
Me gusta el viento, me gustas tu.
Me gusta soñar, me gustas tu.
Me gusta la mar, me gustas tu.

Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.

Me gusta la moto, me gustas tu.
Me gusta correr, me gustas tu.
Me gusta la lluvia, me gustas tu.
Me gusta volver, me gustas tu.
Me gusta marijuana, me gustas tu.
Me gusta colombiana, me gustas tu.
Me gusta la montaña, me gustas tu.
Me gusta la noche, me gustas u.

Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.

Doce un minuto

Me gusta la cena, me gustas tu.
Me gusta la vecina, me gustas tu.
Radio relojio
Me gusta su cocina, me gustas tu.
Una de la mañana
Me gusta camelar, me gustas tu.
Me gusta la guitarra, me gustas tu.
Me gusta el reggae, me gustas tu.

Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.

Me gusta la canela, me gustas tu.
Me gusta el fuego, me gustas tu.
Me gusta menear, me gustas tu.
Me gusta la Coruña, me gustas tu.
Me gusta Malasaña, me gustas tu.
Me gusta la castaña, me gustas tu.
Me gusta Guatemala, me gustas tu.

Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.
(x4)

Cuatro de la mañana
A la bin, a la ban a la bin bon ba
A la bin, a la ban a la bin bon ba
Obladi Obladá Obladidada
A la bin, a la ban a la bin bon ban

Radio relojio
Cinco de la mañana
No todo lo que es oro brilla
Remedio chino es infalible

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Seguindo o modelo...

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Nostalgia
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Ai que saudade
daquela menina
toda dengosa
com laços e fitas!
Ela nunca dizia
vou fazer comidinha,
vou inventar histórias,
vou ser peixinho no aquário...
Ela nunca dizia
vou pilotar avião,
vou andar pela Lua,
vou andar de pé no chão!
Ela, quando saía por aí,
a subir na pitangueira,
a estourar jabuticaba na boca,
a plantar roseiras,
a correr, pular e cantar,
dizia assim:
"Eu vou borboletar!"
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

LUA ADVERSA

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Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua ...
Perdição da minha vida!
Perdição da minha vida!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vem,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
nao é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

CECILIA MEIRELES
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Postagem de um amigo sem blog (ainda)

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Só para constar: não sou ateísta, ok? Podemos dizer que sou "deísta", mas a palavra ainda não me traduz por compelto.
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Um ateísta ama a si mesmo e ao seu próximo ao invés de amar um deus.
Um ateísta aceita que céu é uma coisa pela qual nós devemos trabalhar agora, aqui na terra, para que todos os homens possam desfrutar juntos.
Um ateísta admite que ele não pode conseguir ajuda pela oração,
mas que devemos encontrar em nós mesmos a convicção interior e a força para achar a vida, para resolver seus problemas, para subjugá-la e para desfrutá-la.
Um ateísta aceita que somente no conhecimento de si mesmo e de seu próximo os homens podem encontrar o entendimento que o ajudará
em uma vida de plenitude...

(o endereço do autor da contribução: samcoutinho@yahoo.com.br)
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domingo, 9 de agosto de 2009

Reverência ao destino

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Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade.
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sábado, 8 de agosto de 2009

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Ser cuidadoso com os sentimentos alheios é ser cuidadoso com os seus próprios sentimentos. Ser sincero com o outro é ser sincero com você e com a energia que rege todo o universo.
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segunda-feira, 27 de julho de 2009

UM CASTANHO E POLVORENTO PÔR-DE-SOL

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Encontraram-se num crepúsculo marrom
Onde o cheiro da poluição
Pareceu, a ambos, instantes antes de se encontrarem,
Com cheiro de café em torrefação.
Talvez tal cheiro, percebido apenas pela memória dos dois,
Fosse prenúncio do encontro
(coincidência? Um alarme para que desviassem de seu caminho e evitassem o esbarrão?).

Não eram mais jovens
- ele já não podia ter sido assim classificado quando se conheceram -,
Reconheceram que o cheiro de café
Não era de origem atmosférica,
Reconheceram o cheiro do café um no outro.
A cor do café em vossos olhos:
Preto, amargo e ainda combativo nos olhos dela,
Um tom mais arrefecido, leitoso, quem sabe nublado por incipiente catarata, nos dele.

Abraçaram-se forte e tenazmente
Como sempre faziam quando conseguiam se encontrar,
O mesmo vigor no abraço ainda que mais de década houvesse transcorrido.
Abraço que foi tudo o que sempre se permitiram,
Abraço que sempre foi a linha divisória para tudo o que poderiam ter tido,
Abraço - que por isso mesmo - não podia ser mais que isso,
Ainda que naquele reencontro, e nem depois dele,
Abraço que não tinha mais tempo para evoluir.

Convidaram-se telepaticamente a ir tomar um café,
Sentaram-se a aspirar seus próprios cheiros saídos das fumegantes xícaras,
Sentaram-se a olhar um pro outro como antes faziam.
O olhar dele sempre se desviava antes do dela,
Uma derrota que ele nunca se importou em sofrer.
Ele sacou, sem aviso, uma barra de chocolate branco de sua aljava
(outra coincidência?)

E só, então, começaram a conversar.
E a reviver,
Uma vez mais e mais outra...
Puseram-se a reviver
Tudo aquilo que nunca haviam vivido.
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(emprestado do blog do meu amigo poeta e palpiteiro de sapatos: http://amarretadoazarao.blogspot.com/2009/07/um-castanho-e-polvorento-por-de-sol.html)
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sábado, 25 de julho de 2009

Os poucos e valiosos amigos que tenho

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Gente, estou limpando minha caixa de e-mails e jogando muita coisa fora, mas me emocionando com muitas outras.
Achei um recadinho de uma amiga muito querida, dessa difíceis de encontrar. Dessas que não amamos de imediato pois não fazem questão de agradar são aquilo que são.
Uma amiga importantíssima, de grande valor moral.
Cris, sinto uma enorme saudade de você... A distância e as contingências mundanas nos afastaram um pouco, mas você continua em mim, tudo que me ensinou, me mostrou... Te amo por isso amiga.
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A transcrição:

12/12/2007
Tudo bem? Estive "pensando" e gostaria de dizer "umas coisas" p/ vc...Às vezes "parece" que me estresso mas não é nada disso...É tipo...Ando numa fase introspectiva e tenho uma avaliação a fazer..., se me permite...
Quanto mais observo, chego a conclusão que te admiro como ser humano. Não tem aqueles "ranços" tão comum nos dias de hoje...
O que vc não é: fútil, individualista, preconceituosa (não aquele básico...), mais amplo...
Pelo seu modo de ser, fora aquela personalidade que é só sua, espero que com sua jovialidade, novos "horizontes" sejam abertos para que vc possa "crescer" cada vez mais...Não deixe passar as oportunidades...
Me desculpe, sou observadora e senti vontade em passar isso....Continue com "seus valores" e muita coisa boa te espera. Um grande abraço. Cris

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Saiba amiga, vc é especial!

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Nós duas no almoço de "confraternização". hahahahaha!! A gente ria dessas hipocrisias.
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Eu, a Cris e nossos alunos do 3° ano - 2008
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censurado pela Razão

apaguei tudo.
quem leu leu, quem não leu, perdeu.
bjs

sexta-feira, 24 de julho de 2009

cinématographe

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Genteeeeeeeeeeeeee!!!
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Hoje assisti "Vicky Cristina Barcelona", do Woody Allen. Recomendo.
Me identifiquei com a personagem da Sacarlett, a Cristina. Atitudes que eu tomaria. Sou louca? Pode ser... Gosto disso.


Enfim, assistam!

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

sim, sim... falou e disse.

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Sintaxe à Vontade
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(O Teatro Mágico)
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Composição: Fernando Anitelli

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade,sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?
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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Bagdá

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Morpheus guarda sonhos enquanto acha que deve.
Se seu dono demora a reivindicá-lo, permite o sonho a outro.
Sobra a realidade...
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PARA ALIVIAR

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Eu gostaria de mandar muita gente tomar no cu!
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VÃO TOMAR NO CU!!!!!!!!!!!!!
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Hipócritas de merdaaaaaaaaaa!!
Vivam suas vidinhas burguesa, enganem-se, envenenem-se, morram!!
Morram de tédio em frente à TV. Finjam que aguentam... Torturem-se, magoem-se, matem todas as possibilidades de felicidade!!!
Rezem pra ficarem surdos ao fim da vida, ao menos não terão que aguentar o resmungar sem nexo do cônjuge!
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Eu rirei, rirei muito!!
E também lamentarei, mas só um pouquinho.
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BJNÃOMELIGAAAAAA!!
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terça-feira, 21 de julho de 2009

CAFEOMANCIA

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Muito difundida nos países árabes, tornando-se uma de suas mais ricas tradições, principalmente no Irã, na Turquia e no Sul da Rússia, onde era praticada pelas cortes dos grandes czares. Atualmente a prática da Cafeomancia é muito utilizada na Turquia e nos países do norte da África, que conservam essa prática há vários séculos, passando-a de geração a geração.


Prepare a mistura: Pó de café, açúcar e água fervente. Deixe a mistura consistente (não aquosa).
Coloque 3 colheres (sobremesa) no fundo da xícara. Tampe a xícara com o pires. Vire a xícara para dentro, ou seja, na direção do coração.Mentalize a pergunta desejada, ou deixe que o destino lhe revele seus segredos.

Outro método consiste em tomar o café, depois virar a xícara sobre o pires, identificando os desenhos nas laterais da xícara.

Importante: Medite sobre suas dúvidas. Siga sua intuição na hora de fazer a leitura dos desenhos.

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Depois do café interpretei os desenhos. Na minha xícara vi um futuro agradável, cheio de coragem.Que bom!!

sábado, 18 de julho de 2009

post scriptum

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Agora que o nevoeiro passou e outro mundo se foi, experimento as transformações ocorridas em minha alma. Mais um resvalar de mundos, mais um deslize, um leve toque... Mais um homem voador a ser reconhecido... Concordo com o distanciamento, não tento impedir. Mundos são únicos, individuais. Seus donos sabem bem onde querem ou podem se encostar. A vida segue assim, sem maiores necessidades, apenas tênues contatos... Vestígios... Aparições...

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Só para constar:

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"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis"

(Caio F. Abreu)


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Pequenos prazeres

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Contribuição de um grande amigo, talvez o melhor (desses que convidamos para comprar sapatos)
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Espumante de Café e Chocolate

Ingredientes:

1 xícara de chá de café quente

1/2 xícara de chá de creme de leite fresco

1 xícara de chá de chocolate meio amargo picado

3 colheres de sopa de açúcar refinado


Para decorar:

Chocolate em pó

Chantilly

Café em grãos

Hortelã fresca


Como Preparar:

Misture café com creme de leite e leve ao fogo até aquecer bem.

Junte os demais ingredientes e bata no liquificador em velocidade alta por alguns

segundos até que a mistura fique homogenea.

Sirva em seguida em taças decoradas com chantilly, chocolate em pó e folhas de

hortelã.

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Vou experimentar. Hoje ainda.

Amigo, vamos comprar sapatos?

Sobre esperanças e possibilidades:

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Nada É Impossível De Mudar

Desconfiai do mais trivial,

na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente:

não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,

pois em tempo de desordem sangrenta,

de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,

de humanidade desumanizada,

nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.


(Bertold Brecht)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sobre transformações:


"Quem é você?", disse a Lagarta.

Alice respondeu um pouco tímida: "Eu... eu... no momento não sei, minha senhora... pelo menos sei quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então".

"O que você quer dizer?", disse a Lagarta ríspida. "Explique-se!"

"Acho que infelizmente não posso me explicar, minha senhora, porque já não sou eu, entende?"

"Não entendo".

"Receio não poder me expressar mais claramente", respondeu Alice muito polida, "pois, para começo de conversa, não entendo a mim mesma. Ter muitos tamanhos num mesmo dia é muito confuso."

"Não é", disse a Lagarta.

"Bem, talvez ainda não pense assim. Mas quando se transformar numa crisálida - o que vai acontecer um dia, sabe - e depois disso numa borboleta, acho que vai se sentir um pouco esquisita, não acha?"

"Nem um pouco".

"Bem, talvez seus sentimentos sejam diferentes. O que sei é que eu iria me sentir esquisita."

"Você!", disse a Lagarta com desdém. "Quem é você?"