quarta-feira, 26 de outubro de 2022

A FLAUTA-VÉRTEBRA

 

A todas vocês,

que eu amei e que eu amo,

ícones guardados num coração-caverna,

como quem num banquete ergue a taça e

                                         [ celebra,

repleto de versos levanto meu crânio.


Penso, mais de uma vez:

seria melhor talvez

pôr-me o ponto final de um balaço.

Em todo caso

eu

hoje vou dar meu concerto de adeus.


Memória!

Convoca aos salões do cérebro

um renque inumerável de amadas.

Verte o riso de pupila em pupila,

veste a noite de núpcias passadas.

De corpo a corpo verta a alegria.

esta noite ficará na História.

Hoje executarei meus versos

na flauta de minhas próprias vértebras.


Vladimir Maiakovski

sábado, 22 de outubro de 2022

Ainda sobre saudade


Há tempo, muito tempo

Que estou longe de casa 

E nessas ilhas 

 Cheias de distância

O meu blusão de couro

Se estragou 

 


sábado, 8 de outubro de 2022

Só os inimigos trazem flores - uma lembrança

 Defesa a gente só usa contra amigos e mulher que a gente ama. Só a opinião deles é que pode alegrar ou mortificar, Manuel. A gente só entra franco e de peito aberto nos inimigos.


Antônio Callado