segunda-feira, 27 de julho de 2009

UM CASTANHO E POLVORENTO PÔR-DE-SOL

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Encontraram-se num crepúsculo marrom
Onde o cheiro da poluição
Pareceu, a ambos, instantes antes de se encontrarem,
Com cheiro de café em torrefação.
Talvez tal cheiro, percebido apenas pela memória dos dois,
Fosse prenúncio do encontro
(coincidência? Um alarme para que desviassem de seu caminho e evitassem o esbarrão?).

Não eram mais jovens
- ele já não podia ter sido assim classificado quando se conheceram -,
Reconheceram que o cheiro de café
Não era de origem atmosférica,
Reconheceram o cheiro do café um no outro.
A cor do café em vossos olhos:
Preto, amargo e ainda combativo nos olhos dela,
Um tom mais arrefecido, leitoso, quem sabe nublado por incipiente catarata, nos dele.

Abraçaram-se forte e tenazmente
Como sempre faziam quando conseguiam se encontrar,
O mesmo vigor no abraço ainda que mais de década houvesse transcorrido.
Abraço que foi tudo o que sempre se permitiram,
Abraço que sempre foi a linha divisória para tudo o que poderiam ter tido,
Abraço - que por isso mesmo - não podia ser mais que isso,
Ainda que naquele reencontro, e nem depois dele,
Abraço que não tinha mais tempo para evoluir.

Convidaram-se telepaticamente a ir tomar um café,
Sentaram-se a aspirar seus próprios cheiros saídos das fumegantes xícaras,
Sentaram-se a olhar um pro outro como antes faziam.
O olhar dele sempre se desviava antes do dela,
Uma derrota que ele nunca se importou em sofrer.
Ele sacou, sem aviso, uma barra de chocolate branco de sua aljava
(outra coincidência?)

E só, então, começaram a conversar.
E a reviver,
Uma vez mais e mais outra...
Puseram-se a reviver
Tudo aquilo que nunca haviam vivido.
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(emprestado do blog do meu amigo poeta e palpiteiro de sapatos: http://amarretadoazarao.blogspot.com/2009/07/um-castanho-e-polvorento-por-de-sol.html)
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sábado, 25 de julho de 2009

Os poucos e valiosos amigos que tenho

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Gente, estou limpando minha caixa de e-mails e jogando muita coisa fora, mas me emocionando com muitas outras.
Achei um recadinho de uma amiga muito querida, dessa difíceis de encontrar. Dessas que não amamos de imediato pois não fazem questão de agradar são aquilo que são.
Uma amiga importantíssima, de grande valor moral.
Cris, sinto uma enorme saudade de você... A distância e as contingências mundanas nos afastaram um pouco, mas você continua em mim, tudo que me ensinou, me mostrou... Te amo por isso amiga.
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A transcrição:

12/12/2007
Tudo bem? Estive "pensando" e gostaria de dizer "umas coisas" p/ vc...Às vezes "parece" que me estresso mas não é nada disso...É tipo...Ando numa fase introspectiva e tenho uma avaliação a fazer..., se me permite...
Quanto mais observo, chego a conclusão que te admiro como ser humano. Não tem aqueles "ranços" tão comum nos dias de hoje...
O que vc não é: fútil, individualista, preconceituosa (não aquele básico...), mais amplo...
Pelo seu modo de ser, fora aquela personalidade que é só sua, espero que com sua jovialidade, novos "horizontes" sejam abertos para que vc possa "crescer" cada vez mais...Não deixe passar as oportunidades...
Me desculpe, sou observadora e senti vontade em passar isso....Continue com "seus valores" e muita coisa boa te espera. Um grande abraço. Cris

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Saiba amiga, vc é especial!

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Nós duas no almoço de "confraternização". hahahahaha!! A gente ria dessas hipocrisias.
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Eu, a Cris e nossos alunos do 3° ano - 2008
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censurado pela Razão

apaguei tudo.
quem leu leu, quem não leu, perdeu.
bjs

sexta-feira, 24 de julho de 2009

cinématographe

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Genteeeeeeeeeeeeee!!!
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Hoje assisti "Vicky Cristina Barcelona", do Woody Allen. Recomendo.
Me identifiquei com a personagem da Sacarlett, a Cristina. Atitudes que eu tomaria. Sou louca? Pode ser... Gosto disso.


Enfim, assistam!

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

sim, sim... falou e disse.

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Sintaxe à Vontade
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(O Teatro Mágico)
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Composição: Fernando Anitelli

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade,sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?
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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Bagdá

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Morpheus guarda sonhos enquanto acha que deve.
Se seu dono demora a reivindicá-lo, permite o sonho a outro.
Sobra a realidade...
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PARA ALIVIAR

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Eu gostaria de mandar muita gente tomar no cu!
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VÃO TOMAR NO CU!!!!!!!!!!!!!
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Hipócritas de merdaaaaaaaaaa!!
Vivam suas vidinhas burguesa, enganem-se, envenenem-se, morram!!
Morram de tédio em frente à TV. Finjam que aguentam... Torturem-se, magoem-se, matem todas as possibilidades de felicidade!!!
Rezem pra ficarem surdos ao fim da vida, ao menos não terão que aguentar o resmungar sem nexo do cônjuge!
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Eu rirei, rirei muito!!
E também lamentarei, mas só um pouquinho.
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BJNÃOMELIGAAAAAA!!
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terça-feira, 21 de julho de 2009

CAFEOMANCIA

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Muito difundida nos países árabes, tornando-se uma de suas mais ricas tradições, principalmente no Irã, na Turquia e no Sul da Rússia, onde era praticada pelas cortes dos grandes czares. Atualmente a prática da Cafeomancia é muito utilizada na Turquia e nos países do norte da África, que conservam essa prática há vários séculos, passando-a de geração a geração.


Prepare a mistura: Pó de café, açúcar e água fervente. Deixe a mistura consistente (não aquosa).
Coloque 3 colheres (sobremesa) no fundo da xícara. Tampe a xícara com o pires. Vire a xícara para dentro, ou seja, na direção do coração.Mentalize a pergunta desejada, ou deixe que o destino lhe revele seus segredos.

Outro método consiste em tomar o café, depois virar a xícara sobre o pires, identificando os desenhos nas laterais da xícara.

Importante: Medite sobre suas dúvidas. Siga sua intuição na hora de fazer a leitura dos desenhos.

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Depois do café interpretei os desenhos. Na minha xícara vi um futuro agradável, cheio de coragem.Que bom!!

sábado, 18 de julho de 2009

post scriptum

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Agora que o nevoeiro passou e outro mundo se foi, experimento as transformações ocorridas em minha alma. Mais um resvalar de mundos, mais um deslize, um leve toque... Mais um homem voador a ser reconhecido... Concordo com o distanciamento, não tento impedir. Mundos são únicos, individuais. Seus donos sabem bem onde querem ou podem se encostar. A vida segue assim, sem maiores necessidades, apenas tênues contatos... Vestígios... Aparições...

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Só para constar:

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"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis"

(Caio F. Abreu)


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Pequenos prazeres

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Contribuição de um grande amigo, talvez o melhor (desses que convidamos para comprar sapatos)
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Espumante de Café e Chocolate

Ingredientes:

1 xícara de chá de café quente

1/2 xícara de chá de creme de leite fresco

1 xícara de chá de chocolate meio amargo picado

3 colheres de sopa de açúcar refinado


Para decorar:

Chocolate em pó

Chantilly

Café em grãos

Hortelã fresca


Como Preparar:

Misture café com creme de leite e leve ao fogo até aquecer bem.

Junte os demais ingredientes e bata no liquificador em velocidade alta por alguns

segundos até que a mistura fique homogenea.

Sirva em seguida em taças decoradas com chantilly, chocolate em pó e folhas de

hortelã.

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Vou experimentar. Hoje ainda.

Amigo, vamos comprar sapatos?

Sobre esperanças e possibilidades:

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Nada É Impossível De Mudar

Desconfiai do mais trivial,

na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente:

não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,

pois em tempo de desordem sangrenta,

de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,

de humanidade desumanizada,

nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.


(Bertold Brecht)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sobre transformações:


"Quem é você?", disse a Lagarta.

Alice respondeu um pouco tímida: "Eu... eu... no momento não sei, minha senhora... pelo menos sei quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então".

"O que você quer dizer?", disse a Lagarta ríspida. "Explique-se!"

"Acho que infelizmente não posso me explicar, minha senhora, porque já não sou eu, entende?"

"Não entendo".

"Receio não poder me expressar mais claramente", respondeu Alice muito polida, "pois, para começo de conversa, não entendo a mim mesma. Ter muitos tamanhos num mesmo dia é muito confuso."

"Não é", disse a Lagarta.

"Bem, talvez ainda não pense assim. Mas quando se transformar numa crisálida - o que vai acontecer um dia, sabe - e depois disso numa borboleta, acho que vai se sentir um pouco esquisita, não acha?"

"Nem um pouco".

"Bem, talvez seus sentimentos sejam diferentes. O que sei é que eu iria me sentir esquisita."

"Você!", disse a Lagarta com desdém. "Quem é você?"