segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

E agora, uma música! 2

Ela faz cinema
Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual
Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz
Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coração
E quando o meu coração
Se inflama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim.

Homeopatia cotidiana n° 2

Com eles e em sua homenagem,
Selene entornou as duas últimas garrafas de vinho tinto que tinha em casa.
 Ele a tirou pra dançar. Selene foi. Embalada em seus braços, seguia os passos e o ritmo da música. 
Ela, a namorada, observava aquele baile de vapores  alcoólicos e imaginava Selene sob e sobre seu corpo.
Quando tudo parecia perfeito, Selene corre ao banheiro pra vomitar.
 Novamente esqueceu do que o vinho é capaz em seu organismo.
Depois de lançar fora o que a intoxicava, toma sua pílula para dormir e fecha os olhos imaginando o que estaria acontecendo no quarto ao lado.


quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Homeopatia cotidiana n° 1

Yrina não se satisfazia mais  com as respostas enigmáticas e reticenciosas de Rubens.
-Qual é, Rubens! Acha que eu tenho ainda vinte anos pra você me engambelar com essas respostas "não-respostas"?
-Você é linda!
Yrina escorrega por baixo dos lençóis e lindamente faz Rubens lhe dar uma resposta concreta.
E que resposta!

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Pode ser numa canção, pode ser no coração...

FUTUROS AMANTES

(Chico Buarque)

Não se afobe, não, que nada é pra já
O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante, milênios
Milênios, no ar
E quem sabe, então o Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão entarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não, que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
Não se afobe, não, que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Devaneios

Nunca entenderei os covardes.
Aqueles que se escondem,
Camuflam-se.
O jogo sujo do covarde
É fazer-se de inocente.
Eu quero é gritar minhas vontades,
Minhas verdades.
Quero também o contraponto.
Sou polifônica.
Tenho dentro de mim referências diversas.
Quero o contrassenso.
A falta de lógica.
O absurdo do caos.
Tenho a coragem em mim.
Herdei de outras mulheres.
Tenho pena dos covardes.


sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Epifania

Sou barco.
Anarco,
Defendo a não intervenção
Dos remos.
Sou barco.
Arco de história
Em um universo paralelo.
Sou barco.
Marco zero
De uma Constantinopla
Concebida no Sonhar.
Sou barco desgarrado.


quarta-feira, 10 de julho de 2019

E agora, uma música!

Don't go breaking my heart
I couldn't if I tried
Honey if I get restless
Baby you're not that kind
Don't go breaking my heart
You take the weight off me
Honey when you knock on my door
I gave you my key
Nobody knows it
When I was down
I was your clown
Nobody knows it
Right from the start
I gave you my heart
I gave you my heart
So don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
And nobody told us
'Cause nobody showed us
And now it's up to us babe
I think we can make it
So don't misunderstand me
You put the light in my life
You put the sparks to the flame
I've got your heart in my sights
Nobody knows it
When I was down
I was your clown
Nobody knows it, nobody knows it
But right from the start
I gave you my heart
I gave you my heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
Nobody knows it
When I was down
I was your clown
Right from the start
I gave you my heart
I gave you my heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my
Don't go breaking my
Don't go breaking my heart
Don't go breaking my
Don't go breaking my
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart
Don't go breaking my heart
I won't go breaking your heart


Poderia ser Crocodile rock, mas não é. 

Vivo em mim.

E agora
depois de passear por todos os tempos verbais,
Chego ao ponto.
Todas aquelas pessoas que passaram por mim,
Pela minha vida,
Todas as letras do alfabeto...
Todos os gostos e todos os gêneros.
Só pra ter você.
E você foi exatamente o que não tive.
Não vou.
Está morto.
Mas vive em mim.
Eu nunca, nunca, nunca mais vou ouvir sua voz, olhar seus olhos, mas continua vivo em mim.
Por você eu sou isso que sou.
Um amontoado de relações, de amores.
Uns melhores, outros nem tanto.
Mas agora já não há razão de ser.
Descobri que você vive em mim e isso é a melhor coisa descoberta em anos.
Em uma vida.
Em um dia nostálgico, como hoje.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Além do ponto






Essa é uma cópia, um roubo. 

Trecho do conto "Além do ponto", de Caio Fernando Abreu:

"Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era."

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Um simples detalhe.

Ela é tudo que eu nunca vou ser.
Eu sou o que ela não é.
Mas por um simples detalhe, ou o pior de todos, somos mulheres.
E você escolhe ficar entre almofadas familiares e cheiros conhecidos.

domingo, 7 de julho de 2019

Jota

Eu já nem sei se agora as coisas fazem mais sentido Ou se sentido algum fizeram ou se (des)fizerem-se em sentir Algum fio da túnica ou do manto à mão cerzido em constelações da madrugada Algum dia, algum mês no relógio pessoal de Cronos Sabe-se lá em horário de verão Ou quiçá em alguma flecha perdida de Moros Pra levar a um lugar onde o tempo não se dissolve Mas sei que te vi cruzar a linha da rua E não importa saber se de partida ou de chegada Tanto faz Emergir do horizonte à calçada que fiz de meu tão incerto endereço Triste andarilho notívago Descalço maltrapilho apátrida Sempre solitário Pedinte de carinhos Coletor de rotos desejos Colecionador de sonhos desfeitos Eu te vi, Selene A face alumiada e brilhante Que aos homens tanto cega quanto energiza (e é tão bonita!) E não o lume oftálmico Das tuas “lunas” particulares A girar em torno dos teus prazeres Dos teus pesares Pequenos e grandiosos satélites de si mesmos Dos teus lunáticos e misteriosos pensamentos Confesso que sem saber por que eu tive medo de me magoar Estremeci por dentro Pra só então avistar a tua face oculta O lado escuro e mais sombrio E eu, anárquico sujeito intérmino Estendi meus braços o máximo que pude Quis te tocar Quis te atingir Pois enfim compreendi Que se temi foi por me apaixonar Por a sangue frio me dividir Quando foi por meu sangue quente que me fizeste multiplicar O elemento J

sábado, 6 de julho de 2019

A verdade jogada na cara

"Querida, você é uma mimada do caralho!" Essa frase ecoando dentro de mim. Difícil de digerir por ser muito verdadeira. Só quem conviveu comigo por quase 20 anos tem a sapiência pra me perceber além do disfarce. Deixo aqui minha gratidão e minha frustração.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Recado

Por favor, leia o recado ao final do último post.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Hoje eu sou. BEATRIZ

"Olha, será que ela é moça Será que ela é triste Será que é o contrário Será que é divina A vida da atriz Se ela dança no sétimo céu Se ela acredita que é outro país E se ela só decora o seu papel E se eu pudesse entrar na sua vida". Ps: houve um comentário aqui q apaguei sem querer. (Eu e o meu dedo nervoso) Será q quem postou, poderia de novo fazê-lo?

sexta-feira, 21 de junho de 2019

B de benino

Você? Eu? Tantas gentes. Tantas vezes. Tanto tanto...

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Ponto de vista

Eu não quero o 'bom dia' da segunda de manhã. Café coado, fumegante. Pronto pra um soco no peito. Eu quero o 'come on ' do sábado à noite. Conhaque quente. Pronto pra um soco no peito.

domingo, 16 de junho de 2019

Diário

Hoje o tempo passou em câmera lenta. Impressões sobre a vida e as pessoas povoaram minha mente. Buscas incessantes tiveram fim. Hoje eu me encontrei em mim.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

O tempo é espiral

Faz quase 10 anos que o filme estreou. Quase DEZ ANOS! Não recebi nenhum convite para vê-lo. Não fui assistir. Me desinteressei. Hoje, sem nem lembrar da vontade que tive de conhecer essa versão de Alice, por motivos alheios à mim, me deparo com a história. Na tela. Uma vontade que nasceu e morreu em 2009 se realiza hoje. Será que todas as outras são assim? Dependem do capricho do tempo para serem saciadas? Será que algumas são enterradas pra nunca mais? Começo a pensar que o tempo é um espiral.

sábado, 25 de maio de 2019

Rei afogado

Depois de tudo, volto ao início. O mesmo lugar, a mesma história. Fujo de mim, mas já estou vendida. Sei de todos os meus truques. No final, o rei acaba afogado.