Ah... como estava brava por todas as negativas daquele filho da puta. Às vezes apenas o silêncio, sem resposta alguma.
Por que ainda insistia? Essa pergunta martelava o prego imaginário que queria lobotomizá-la há tempos e ela não permitia. Queria manter a vontade de encontrá-lo, ainda sentia o respirar dele em seu pescoço quando viu a tatuagem que o eternizou em sua espádua. Colou sua imagem de gato de rua em sua pele. Quem faz isso pelo outro? Os apaixonados. Continuava assim porque ele se recusou a destruir esse sentimento. Negando à ela o convívio, deixando-o apenas para o reino de Morpheus, não possibilitou que o cotidiano destruísse a ligação que tinha com ele. "Isso é maquiavélico", pensou. Mas ainda assim era o que restava. E ela não queria perder isso, poucas das coisas que lhe restava da juventude feliz e despreocupada.
Ainda tinha esperanças de revisitar aquele tempo e trazê-lo para o presente. Seria o seu presente.

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